terça-feira, 10 de março de 2009

lit up a candle, show me the way

"deus pai todo poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna"..."senhor eu não sou digno que entreis em minha morada mas dizei uma só palavra e serei salvo"..."deus do deus, luz da luz, deus verdadeiro, deus verdadeiro, gerado não criado"..."por ele todas as coisas foram feitas e por nós homens e para nossa salvação desceu dos céus e no seio da virgem maria encarnou e se fez homem"..."saudai-vos na paz de cristo"..."perdoai-nos as nossas ofenças assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação"..."de igual modo no fim da ceia tomou o cálice e deu graças dizendo tomai todos e bebei este é o meu sangue que será derramado por vós"..."ide em paz e que o senhor vos acompanhe" - Graças a DEUS

A urna (politicamente incorrecto chamá-la de caixão) lá ao fundo. Mantenho-me firme. Nem lágrimas nem ladainhas. A contradição da crença humanizada deixa-me apático (escusado será referir a apoteóse do cestinho da esmola em plena celebração, cúmulo da satisfação "espiritual").

Creio em mim. Em sentir o cérebro queimado por ser um ignorante que gosta de aprender. Em sentir os músculos clamar pelo fim e não lhes ceder. Em sentir o sorriso que brota de dentro ao olhar a linha que não existe, lá no fundo. Em procurar o meu rumo. Em sentir cada batalha perdida e mesmo assim não desistir. Em lançar-me em becos sem saída só para aprender como escavar paredes. Em realizar que a luta diária não mudará o mundo mas tornar-me-á mais eu. Creio eu um só eu.

Mas, sei-o, todos os credos têm as suas contradições. Comecemos então. Quantas vezes me apeteceu gritar "lit up a candle, show me the way"? Lançar um pedido de socorro? Pedir que me levem em braços quando embato violentamente no fundo do poço? Um lamento não ouvido, um carinho não recebido. Uma luz ao fundo do túnel que nunca se acendeu. Tropecei, caí... É como falar no fundo do mar, inútil. Poderia procurar por essas ruas o meu eco. Nada encontrar ou o meu destino achar.

O eco não retorna, a alma está despida. Exposta. Todos fixam o olhar no passeio e evitam olhar de frente. Serei a luz? Não, bem mais modesto. Nestes momentos, sou um pseudo-eu à procura de algo fugaz. Inalcançável. 

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