sábado, 17 de janeiro de 2009

cachorreo

Não quero o poder para mim. Não quero reinar sentimentos, euforias ou povos.

Apenas anseio o poder da mente. Desejo ardentemente encontrar aquele portal que me fará ir para além das questões cósmico-tecnológicas. O mundo precisa de uma revolução estrutural, gramaticalmente profunda. Não basta mais inventar novos gadgets ou ciências revolucionárias: é fundamental ir mais longe do que o percepcionável num confronto racional sem limites.

Com tamanha tarefa a via mais fácil de a concretizar seria o suicídio. Mas isso seria renunciar a uma guerra de que eu não me quero demitir. Sou guerreiro do meu mundo interior, e por nada baixaria as armas e as bandeiras. Poderá tudo reduzir-se no final ao fracasso mas terá sido a minha pequena contribuição para que gerações futuras encontrem aquilo cujo esboço não vos posso fazer, mas cuja necessidade de o conseguir faz com que me continue a alimentar e a satisfazer as necessidades mínimas.

Chamei-lhe o cachorreo da minha vida. Como numa mina, sou mineiro que trabalho o mês inteiro não por um salário mas por um simples turno de trabalho próprio. Se nessas escassas seis horas acontecer que encontre algumas gramas de ouro serei rico e não mais precisarei de descer ao sub-solo. As probabilidades são baixas, eu sei. Mas a simples sensação de que é possível alivia-me a dor e os tormentos. Apenas uma questão mais se coloca neste ponto: não sei de que cor é nem a que cheira o meu metal precioso.

Assim eu procuro a equação que transformará tudo. Eu e tu deixaremos de ser dois, passaremos a ser fantasmas de um castelo sem chão nem tecto, nem muralhas nem amuradas. Aí trataremos por tu e pelo nome todas e cada uma das estrelas e o conhecimento aparecerá vestido de novo e imprecedivelmente distinto do que é como o conhecemos hoje.

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