sábado, 13 de dezembro de 2008

de um futuro presente

[Ortega y Gasset] Que dizer da noção oculta mas facilmente perceptível de que o futuro condiciona o presente e não o inverso? Faço vénia ao autor por me ter feito reconhecer o que de tão trivial nunca me tinha passado pela imaginação: o futuro projectivo não é mais do que a pressão essencial para nos fazer viver o presente. Seria eu o que sou hoje se não tivesse em mente o que quero ser (ou o que alguém ou alguma coisa quer que eu seja) amanhã?
Um "obrigado" ao autor: acabou de arruinar a minha noção de momentos felizes transformando-os em simples instrumentos de um amanhã que há-de ser melhor, esperemos...

1 comentário:

  1. Consegui perceber que as pessoas que vivem com dificuldade vivem sempre fora do presente. Ou seja vivem de várias formas esquecendo o presente. Existem várias maneiras de não viver o presente.
    Existem pessoas que vivem no passado, "quando eu era pequeno", "quando o conheci", quando... é que era realmente era feliz. Passam a vida com a lembrança do passado, dos tempos bons que nunca mais voltaram e vivem pensando que o passado foi o melhor.
    "eu sei que tenho tido desgraças", são pessoas que ocupam o seu tempo a recordar as sensações horríveis do passado. Choram por perdas e esquecem-se que todos temos dessas desgraças. Todos estamos cheios de mortes, de erros cometidos, mas estas pessoas dedicam-se a relembrar continuadamente essas circunstâncias.
    E o futuro? Que pensam que "eu serei feliz quando acabar o meu curso", "quando tiver filhos", "quando receber o meu próprio dinheiro", "quando..." Mas nunca são felizes porque quando alcançam o que realmente queriam existe sempre outras coisas incansáveis.
    Claro, que não nos podemos esquecer dos que vivem a jogar o jogo do "e se". "Andar á chuva? E se eu fico doente?", "e se alguém aparecer?"... e se? Não têm solução porque podemos imaginar qualquer coisa, tudo dentro do possível.
    Na realidade o único que existe é o presente. A felicidade consiste em dar valor a cada momento presente, um sorriso de um ser querido, uma palavra de um amigo amável, uma comida deliciosa, um por do sol fantástico... Aí esta a felicidade, não é nas grandes coisas.
    Se qualquer aspecto do passado ou do futuro condiciona nosso presente, que é o único que existe, então nós estamos equivocando da raiz e perderemos o presente. Temos que recordar o passado, já que nele reside nossa experiência, e temos que prever o futuro, mas sempre sem condicionar o presente.

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