Não guardo Rancor. Antipatia. Ciúme. Ou qualquer outro sentimento soletrável pelo abecedário do mal. Apenas quero a paz em mim para que meu peito em chamas tenha como rescaldo a solidão que me mostrará o recto caminho do bem. Resignarei a títulos e revogarei cláusulas. Subirei ao pico mais alto para sentir o frio da ausência de sentimentos. Aí será obrigatório o amor por mim próprio, para que me agarre à vida e não me lance do abismo na esperança fatalista (logo desde o primeiro momento) de vir a ganhar asas de águia real.
Será Baltazar, o mesmo que em tempos serviu o fiel Romeu, quem irá lá ter com as novas de que um estranho ser molha seu leito de cristais sódicos, todas as noites. E de dia, noite cria em seu recanto para que o Sol não se atreva a desviá-lo da sua tristeza. Nem à alameda dos sickamours empresta já seus passos tentando, em grande ou pequeno pranto, reviver memórias que um dia foram sonhos de um futuro que haveria de ser diferente.
Mas mãe Terra nos acudirá. Ternos amantes, pensais que não fui já espectadora de tantos dramas passionais como este? Pensáveis ser diferentes (como todos). Pensáveis estar mais lá em cima (como todos). Sonháveis um futuro sem igual em que vossa história largos anos após a vossa morte fosse ainda digna de lágrimas teatrais (como todos).
Meu sofrimento (se o é realmente) encontra o seu reflexo em cada ser desta humanidade igual a si própria. O único senão é que este dói cá dentro sem passar por labirintos neuróticos que o suavizem.
Agora, como antes e sempre, ad perpetuam memoriam.
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