sexta-feira, 22 de maio de 2009

alfa e ómega

Foi um salto quântico, o que é que me deu? Brincar com o fogo e engolir espadas já não devia fazer parte do meu imaginário senil. As razões foram um cenário que evocou um déjà vu e uma recordação que recolocou as personagens, tu e eu, naqueles papeis (a esta hora com cheiro a mofo e amarelecidos).

Divergências no destino que provam a inutilidade de escolhas que pensei axiomáticas e indispensáveis. No fim, tornaram-se em meros passa-tempos, quebra-cabeças, actividades a que o cérebro se entrega porque não tem unhas para roer. O seu efeito num oceano imenso de alternativas aleatórias torna o seu valor residual.

Tudo isto não são mais que esperas prolongadas por um destino que me olhe nos olhos. Nem de cima para baixo nem de baixo para cima. Ao nível. Cruzar-me-ei com ele na rua, entre um cisma e o outro. Mas não haverá nem alfa nem ómega. Será simples, como os passos que dou até ele.

(...)

terça-feira, 7 de abril de 2009

umas águas...



A quem ainda não viu e tiver oportunidade de ver este senhor ao vivo recomendo!

domingo, 5 de abril de 2009

um somos poucos para fazer uma tribo

Tenho a garganta arranhada do fumo quente. A vista turvada pela sangria que arde. Sei que mais ninguém se importa. De hoje em diante acordarei todas as manhãs numa cama diferente e serão 365 ao todo. Farei o garrote bem apertado e deixarei que a colher fique branca por cima e negra por baixo, queimada ao calor da vela. Nada levarei comigo que me canse os ombros. Conhecerei o pôr-do-sol e a madrugada de mil cidades.

A minha mais recente conquista foi uma teoria: a inconstância destes tempos faz com que se morra muitas vezes. Morremos porque mudamos. Simples. Morrer é deixarmo-nos de nos ver. De nos ligar. Porque sim e não porque o pedíssemos. Advinha? Porque morremos. Já nem sequer me lembro de como foi o cortejo fúnebre nem se havia convidados. Morri e espero calmamente. Incubo a frio uma nova visão sobre o mundo, um novo ponto de vista, um ideal diferente do que morreu. Porque o mataram? Porque o cegaram.

Guardo todo este carinho (nunca pensaste que o pensamento chegasse a esta estrada deserta, confessa) e toda esta vontade de partilhar para quem (não existe) me diga que não quer nada em troca. Que me quer apenas saber vivo para que seu coração bata. E aí darei, esbanjarei tudo o que me restar e saberei onde dorme o sol nas noite frias de luar.

Até lá, juro e jurarei beber da minha liberdade e viverei 100 anos para me ver cair. Renunciarei à roda livre dos sentimentos (em que se mudam cheiros e braços mas não as falsas palavras). Tornarei a rotina dos dias redundante. Procurarei o brilho no olhar, não o objectivo a alcançar. Estranho ser este, que perguiça por abrir as asas em aerodinâmica louca e prefere o ninho de pauzinhos, certo, amante, acorrentado.

Serão 365 as noites. 365 os dias. Tenho fé (não em deus, for god's sake) que a força que me percorre as veias não mais se apagará. Não haverá rescaldo. Só mortes intermédias, inevitáveis como teoricamente previ...

segunda-feira, 30 de março de 2009

confiança

O que é bonito neste mundo, e anima, 
É ver que na vindima 
De cada sonho 
Fica a cepa a sonhar outra aventura... 
E que a doçura 
Que se não prova 
Se transfigura 
Numa doçura 
Muito mais pura 
E muito mais nova... 

Miguel Torga

súplica

Agora que o silêncio é um mar sem ondas, 
E que nele posso navegar sem rumo, 
Não respondas 
Às urgentes perguntas 
Que te fiz. 
Deixa-me ser feliz 
Assim, 
Já tão longe de ti como de mim. 

Perde-se a vida a desejá-la tanto. 
Só soubémos sofrer, enquanto 
O nosso amor 
Durou. 
Mas o tempo passou, 
Há calmaria... 
Não perturbes a paz que me foi dada. 
Ouvir de novo a tua voz seria 
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga

quarta-feira, 25 de março de 2009

cat stevens - wild world


Now that I've lost everything to you,
you say you want to start
something new,
and it's breaking my heart you're leaving,
baby I'm
grieving.

But
if you wanna leave take good care,
hope you have a lot of nice things to wear,
but then a lot of nice things turn bad out there.

Oh baby baby it's a wild world,
it's hard to get by just upon a smile.
Oh baby baby it's a
wild world.

I'll always remember you like a child, girl.
You know I've seen a lot of what the world can do,
and it's breaking my heart in two,
cause I never want to see you
sad girl,
don't be a bad girl,
but
if you want to leave take good care,
hope you make a lot of nice friends out there,
but just remember there's a lot of bad and beware,
beware,

Oh baby baby it's a wild world,
it's hard to get by just upon a smile
Oh baby baby it's a wild world,
and I'll always remember you like a child, girl.

Baby I love you, but if you wanna leave take good care,
hope you make a lot of nice friends out there,
but just remember
there's a lot of bad,
and beware, beware,

oh baby baby it's a wild world,
it's hard to get by just upon a smile.
Oh baby baby it's a wild world,
and I'll always remember you like a child, girl. 

domingo, 15 de março de 2009

sensational

"I never travel without my diary. One should always have something sensational to read in the train"

Oscal Wilde